Abrir a janela e estar em contato com o verde sempre foi uma constante.
Coisas que quem nasce em cidades menores acaba tendo o privilégio, sem nem se dar conta de que é realmente um privilégio.
Abrir a porta de casa e colocar o pé na grama, ter quintal pra correr, tomar banho de mangueira, inventar qualquer brincadeira e ter aquele espaço aberto ali, disponível.
Pegar jabuticaba no pé…
Sempre soube que era bom, mas nunca com tanta força como em 2020…
O ano que passou foi desafiador em muitos sentidos, mas essa percepção do quanto a natureza faz falta nunca se fez tão presente como agora!
Muitos foram os dias em que pensei no quanto seria maravilhoso estar de volta na minha casa de infância, passando por tudo isso cuidando das plantas entre uma coisa e outra. Ou apenas tendo a possibilidade de deitar na grama e olhar o céu, seja da cor que for, não tenho preferências.
Estar em contato com a natureza e suas cores e cheiros traz alívio, uma calma que acontece naturalmente ao fazer contato com o ritmo do vento, o barulho dos pássaros, o som da água do rio que corre ao lado. Olhar o verde, em todas as suas múltiplas tonalidades, me conecta imediatamente com esse outro ritmo, que desacelera, convida a uma pausa.
Esse último ano me fez perceber que esses momentos não são apenas prazeroso, mas são pra mim fundamentais. Sei agora, com muito mais clareza, que os verdes, azuis, amarelos e as tantas infinitas cores presentes na natureza estarão sempre fazendo parte do meu dia a dia, mesmo que esteja olhando apenas por uma fresta da janela.