Perceber o inusitado de onde as coisas brotam, as mais diversas coisas. Sejam objetos, textos, plantas, pessoas…Por vezes, ao andar de forma distraída, não se dá conta do que está em volta e de repente é surpreendida com algo que sempre esteve ali, mas nunca parou pra olhar, prestar atenção de fato.E assim, de forma inesperada, se deu conta de que a solidão a leva até esse lugar de descoberta daquilo que já existia, mas também de deixar brotar o que antes estava preso, escondido, parecendo morto. Uma solidão tranquila, que faz companhia para quem mais precisa: ela mesma.Em volta parecia deserto para alguém que desiste no primeiro olhar. Mas, ao se demorar um pouco mais, vão surgindo as cores, o movimento, a vida. Ao se abrir sem pudores, consegue encontrar as sementes que germinam e que podem, quem sabe, florescer. Mas tem medo, talvez vergonha, um certo embaraço. Ainda assim, decide que não se fecha mais, não se esconde mais, e pouco a pouco vai abrindo espaço e deixando brotar, florir.Olha com desconfiança ainda, talvez até com apreensão, mas segue observando e aguardando pacientemente buscando deixar livre o caminho, sem mais colocar obstáculos. Sem mais desacreditar. Dessa vez escolheu acreditar e seguir adiante, aceitando que esse é o melhor percurso.
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